Lewis Hamilton tem plena consciência da importância dos seus posicionamentos, a partir da visibilidade que tem dentro da F1. Na semana do GP da Arábia Saudita, ele criticou o posicionamento do país, que tem leis opressoras que criminalizam e punem veementemente a comunidade LGBTQIA+. Por incrível que pareça, a homossexualidade é punida com chicotadas, flagelação, prisão e até mesmo execução.
Claramente desconfortável, Lewis Hamilton se posicionou de forma clara na entrevista coletiva em Jedá: “Como disse na última corrida, senti que o esporte e que nós temos o dever de tentar ajudar a aumentar a conscientização para certas questões que vimos, particularmente os direitos humanos nos países para onde vamos”
Ele seguiu de forma contundente: “Com o maior respeito com todos os que estão aqui. Até agora recebi uma recepção calorosa de todos. Mas não posso fingir ser o mais informado ou ter a compreensão mais profunda de que alguém que cresceu na comunidade aqui é fortemente afetada por certas regras e pelo regime”
Ao ser questionado se estava confortável no país, Lewis Hamilton foi duro ao responder: “Se eu me sinto confortável aqui? Não diria que sim, mas não é minha escolha estar aqui, o esporte optou por estar aqui. Seja certo ou errado, enquanto estivermos aqui, acho importante tentarmos aumentar a conscientização”.
O posicionamento do país saudita vai na contra-mão da campanha lançada pela F1 ano passado, chamada de We Race As One (Corremos como um só) que tinha como premissa defender a igualdade e a diversidade, num discurso contra o racismo e a discriminação e a favor da libertade de expressão sexual.
Por outro lado, a Arábia Saudita tem investido pesado para tentar impar a sua imagem e atrair cada vez mais eventos esportivos, principalmente com investimentos da Aramco, importante petrolífera.