Imagine a cena a seguir, corriqueira para o brasileiro que cria os capacetes de Lewis Hamilton. Era 14 de novembro, dia do início dos treinos livres para o GP São Paulo, quando o brasileiro Rai Caldato termina o mais novo desenho para um capacete Hamilton. A peça foi pintada em tempo recorde, a tempo do piloto britânico usar o capacete no Gp do Qatar, apenas 1 semana depois.
A arte em questão, destaca toda a luta de Hamilton em apoiar a causa LGBTQIA+ e representa um ato político, já que o país que sediava a etapa daquele final de semana tem leis rígidas contra a comunidade gay, inclusive com pena de morte.
O brasileiro Rai Caldato tem parceria e cria os capacetes de Hamilton desde 2017 e desde então, atende aos pedidos de peças exclusivas, sempre com contexto definido pelo piloto. O capacete usado no GP São Paulo homenageou Ayrton Senna, enquanto o usado no Qatar era um protesto, em forma de apoio a causa LGBTQIA+.
Como ele cria os capacetes de Hamilton
Em entrevista, Rai Caldato menciona: “O pedido veio do próprio Lewis, já quase 23h da noite da sexta-feira, na semana passada. Já fui dormir sonhando com o capacete, para acordar e saber o que fazer no dia seguinte. Ele mandou a bandeira do LGBTQIA+, aquela criada pelo Daniel Quasar, e disse que gostaria de um capacete com estas referências”. Depois disso, foi um dia inteiro para desenvolver a arte e começar o processo de preparação e pintura da nova peça.
Ele explica: “Foi bastante em cima da hora. No final eu estava um pouco tenso já, com a largada da corrida”, diz o designer. “O tempo ideal de pintura de um capacete é de pelo menos quinze dias, mas este eu passei [o desenho] no domingo para ficar pronto na quinta, um dia antes dos treinos livres. Foi bem puxado. A Bell, empresa responsável pela pintura e parceira da F1, teve menos de uma semana para pintar.”