Os 40 Maseratis “encalhados” de Papua Nova Guiné

Maseratis encalhados de Nova Guiné
Maseratis encalhados de Nova Guiné

Papua Nova Guiné foi a sede de um importante evento da Apec (Cooperação Econômica Asia-Pacífico) em 2018. Mesmo sendo um dos países mais pobres do mundo e sob revolta do população, o governo gastou US$6,5 milhões na importação de 40 Maserati Quattroporte e 3 Bentley Flying Spur. Os carros de luxo eram destinados a fazer o transporte dos líderes mundiais que estavam participando do evento.

Sem revendedores no país, os carros foram importados de uma concessionária do Sri Lanka e transportados em vôo fretado da AirBridgeCargo a bordo em Boeings 747-8F. A extravagência era tanta que até mesmo algumas autoridades, como a primeira-ministra da Nova Zelância, Jacinda Ardern, se recusaram a usar os carros.

Paul Barker, diretor executivo do Instituto de Assuntos Nacionais de Papua Nova Guiné: “A compra demonstra uma grave falta de previsão e decepcionante prontidão para esbanjar fundos públicos, em um país em desenvolvimento, onde bens públicos básicos, de estradas de acesso a serviços de saúde, estão amplamente indisponíveis e abaixo do padrão”.

Já Justin Tkatchenko, ministro da Apec, disse que os carros “venderiam como pão quente”, na tentativa de acalmar os ânimos da população, já que não havia revendedores da marca no país, o que seria garantia de revenda.

Por incrível que pareça, além dos 43 carros de luxo, outros 300 carros foram importados para uso da cúpula da Apec, incluindo modelos Mitsibishi, Ford, Mazda e Toyota. Desses, 284 foram devolvidos e outros 9 foram roubados.

3 anos depois, apenas 3 carros da frota foram vendidos e os Maseratis encalhados estão juntando poeira em um depósito em Port Moresby. Eles são oferecidos por 400.000 kinas, o equivalente a US$ 113.000, quase o dobro dos US$ 60.000,00 cobrados no mercado internacional. O preço extrememante alto e o perfil de consumo da população em geral só pioram o futuro dos carros de luxo encalhados de Papua Nova Guiné.

O atual ministro das finanças, John Pundari: “Se tivéssemos alguma previsão, os Maseratis não teriam sido comprados. Cometemos um erro terrível. Se você não tem concessionários de Maseratis em Papua Nova Guiné, não há razão para comprar Maseratis.”

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