Volkswagem paralisa atividades no Brasil, repetindo o movimento já feito à um ano atrás por causa do agravamento da pandemia de coronavírus. A empresa informou na sexta-feira, 19, que vai paralisar a produção em todas as suas quatro fábricas brasileiras por 12 dias corridos, a partir de 24 de março até 4 de abril.
“Com o agravamento do número de casos da pandemia e o aumento da taxa de ocupação dos leitos de UTI nos estados brasileiros, a empresa adota esta medida a fim de preservar a saúde de seus empregados e familiares”, justificou a empresa em comunicado no fim da tarde da sexta-feira. Só serão mantidas atividades essenciais nas fábricas e os empregados das áreas administrativas vão atuar em homeoffice.
Com isso, calcula-se que perto de 13 mil empregados da Volkswagen deverão ser afastados de suas atividades na produção das fábricas paulistas em São Bernardo do Campo, Taubaté e São Carlos, bem como no Paraná, em São José dos Pinhais. Segundo a empresa, a paralisação foi negociada com os sindicatos locais e os dias parados agora deverão ser compensados futuramente, quando as atividades voltarem ao nível normal.
Com a piora da pandemia no Brasil, o setor automotivo vem enfrentando um ano complexo. Se no fim ano passado, houve uma retomada nas vendas, com dezembro sendo o melhor mês de de 2020 com 231.871 emplacamentos, o início deste ano já preocupa.
Segundo dados da Fenabrave, entidade que representa as associações de veículos, em fevereiro foram emplacadas 167,4 mil unidades no país. Na comparação com janeiro, as vendas caíram 2,2%, confirmando o esfriamento do mercado, com a flexibilização das quarentenas. Em meses consecutivos, o resultado de fevereiro foi o menor desde junho de 2020.
Em janeiro, a produção de veículos caiu 4,6% na comparação com dezembro do ano passado, segundo balanço mais recente Anfavea, entidade que representa as montadoras instaladas no Brasil.
Além da diminuição das vendas, a falta de peças continua comprometendo a produção das montadoras, o que, consequentemente, restringe a oferta de carros disponíveis nas revendas, gerando um ciclo prejudicial.
As dificuldades de abastecimento, que já envolviam insumos como aço, peças plásticas e pneus, foram agravadas pela escassez global de componentes eletrônicos, levando a mais atrasos de produção e até mesmo paradas completas de linhas.
Até o momento, nenhuma outra fabricante sinalizou que irá estuda uma nova paralisação por causa da pandemia. A GM interrompeu a montagem de Onix e Onix Plus em Gravataí (RS) por causa da falta de semicondutores, mas as linhas de montagem em São Caetano do Sul (SP) e São José dos Campos (SP) seguem em operação. Mesmo caso da Honda, que parou apenas a produção do Civic em Sumaré (SP), enquanto HR-V, City, Fit e WR-V continuam a serem feitos, parte deles em Itirapina.
Siga-nos no Facebook e Instagram para ficar por dentro das novidades do mundo automotivo.