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Carro elétrico – O lado ruim que ninguém conta

Carro elétrico – O lado ruim que ninguém conta - Foto: Divulgação

Carro elétrico – O lado ruim que ninguém conta - Foto: Divulgação

Carro elétrico – O lado ruim que ninguém conta – Foto: Divulgação

O lado ruim que ninguém conta: O carro elétrico está em alta, um caminho sem volta em busca da redução das emissões, que vai garantir nosso futuro com menos poluição. Segundo estudo recente, um carro à combustão emite 150 gramas de CO2 por Km rodado, o que significa 3 toneladas de CO2 após 20 mil km.

Em comparação, um carro elétrico emite apenas 70kg de CO2 ao final dos mesmos 20 mil km.

Como características positivas podemos citar rapidamente a emissão zero de poluentes, silêncio, manutenção mais barata, baixo custo por quilômetro rodado e principalmente muito torque disponível a qualquer momento.

Como pontos negativos, ainda temos o preço alto, a baixa autonomia, a demora para recarga e a escassez de pontos de recarga.

Porém, há outras questões importantes nesse cenário que normalmente não estão em pauta e vamos analisá-las.

O desespero de algumas fábricas

Carro elétrico – O lado ruim que ninguém conta – Foto: Divulgação

Boa parte da Europa será obrigada a suspender a fabricação de veículos com motor a combustão até 2030. Além disso, vários estados americanos vão aderir a proibição, como Califórnia, Massachusetts e New Jersey, até 2035.

Muitas montadoras estão desesperadas com o processo, já que estamos falando que um século inteiro operando dentro de um processo que mudou completamente a forma do mundo se locomover.

Entenda que a Europa tem apenas nove anos para transformar 100% da sua indústria em 100% produtora de veículos elétricos, sendo que hoje esse mercado representam apenas 6% do volume.

Esse processo tem um efeito colateral, considerando que hoje os benefícios fiscais e incentivos governamentais são grandes, para um volume de vendas pequeno. 

Como será na próxima década quando milhões de impostos não forem para os cofres desses mesmos governos? 

Por tudo isso, acredita-se que esse dead line de 2030 acabe sendo prorrogado.

Carro elétrico – ameaça à força de trabalho

A ameaça à força de trabalho

Construir um carro elétrico é um processo bem mais simples do que um carro a combustão, em torno de 30% a menos de trabalho envolvido.

Falando especificamente de número de componentes, enquanto um modelo convencional usa aproximadamente 30.000 peças, um elétrico usa algo em torno de 11.000.

A extinção dos veículos a combustão vai acabar com as fábricas que fornecem motores a gasolina, radiadores, câmbios, velas, injeção eletrônica.

Mesmo que elas entrem para o mercado de elétricos, seriam fornecedores demais para componentes de menos. É um risco real de desemprego em larga escala. 

O Instituto Fraunhofer para Organização e Engenharia Industrial fez um estudo encomendado pela Volkwagen. Ele mostra que 12% dos empregos da indústria devem sumir, já considerando as novas funções que irão surgir.

Além disso, o Departamento Federal de Estatísticas da Alemanha (Destatis) calcula que, das 830 mil vagas do setor no país, cerca de 410 mil (49%) serão eliminadas até 2030.

Agora considere os 2,7 milhões funcionários europeus ligados às montadoras e amplie esse raciocínio para o restante do mundo. Estamos falando apenas de empregos diretos dentro das fábricas, sem considerar os indiretos ligados a fornecedores do setor

O custo das baterias

Custo das baterias dos elétricos

O maior custo de um carro elétrico está nas baterias, algo em torno de 40% do valor total. Um estudo da Bloomberg New Energy mostra que o preço das baterias caiu 87% de 2010 a 2019.

Porém, analistas do setor entendem que quando a maioria das montadoras aderirem, a redução pode não ser a que se espera.

No mundo em que vivemos, cada vez mais digital e a conectado digitalmente, milhares de celulares são vendidos a cada dia, com todos usando baterias de lítio, a mesma do veículo elétrico.

Mas a bateria do carro elétrico precisa de 100 mil vezes mais energia que a do celular. Agora imagine o tamanho do problema que teremos em 2030.

Considerando que a produção das baterias vai crescer muito, a demanda por alguns metais usados na sua fabricação crescerá exponencialmente, principalmente o cobalto e o lítio.

Devido a uma superoferta, hoje o lítio tem baixo custo, mas especialistas explicam que isso é uma situação temporária e mudará bastante em 10 anos, lembrando que os carros elétricos representam apenas 6% das vendas atuais na Europa.

Estamos falando de um produto que não pode ser produzido em qualquer parte do globo. As reservas naturais de cobalto e lítio estão concentradas em poucos países. 50% da reserva de cobalto está na República Democrática do Congo e 75% do lítio na Bolívia, Chile e Argentina.

Há também uma questão técnica que vai dificultar a redução drástica de preço do carro elétrico. Mesmo que as baterias fiquem bem mais baratas com o crescimento da produção, o mesmo não acontecerá com seu sistema de refrigeração.

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