Os carros elétricos são uma realidade nos dias de hoje, e cada vez mais aumentam a sua importância para um mundo sustentável a longo prazo. Mas o início dessa história é bem mais antigo do que a maioria das pessoas imagina, com dificuldades e um inimigo que fez os elétricos sumirem do mapa por 50 anos.
Tudo começa com o padre e médico húngaro Anyos Jedlik, que descobriu a propulsão elétrica ao montar uma unidade que já tinha componentes básicos de um motor movido a bateria. O primeiro modelo totalmente elétrico foi lançado pelo inventor francês Gustave Trouvé em 1881, durante o Congresso Internacional de Eletricidade, em Paris. A partir desse modelo, vários outros foram surgindo na Europa e Estados Unidos, com as primeiras empresas especializadas evoluindo.
No início dos anos 1900, o elétrico já era uma das formas de transporte mais populares do mundo, tendo uma frota inteira de táxis em Nova York movidos a bateria, sendo 1/3 da frota totalmente elétrica. Sem a necessidade de usar manivela para ligá-los e nem grandes habilidades para trocas de marcha, eles se tornaram muito fáceis de operar. Além disso, era cada vez mais frequente o usa do elétrico pelas mulheres burguesas, pelo silêncio e pouca vibração.
Naquela época o cenário dos veículos elétricos era tão importante, que nos jogos Olímpicos de 1900 havia provas de 300km para táxis e vans usadas para entregas. Nessa época, o Jamais Contente foi o primeiro a ultrapassar os 100km/h.
O químico e engenheiro elétrico Oliver P. Fritchle (1874-1951), entrou para a história por ter projetado os carros com grande autonomia, chegando aos 160km. Para comprovar seu projeto, ele viajou de Lincoln (Nebraska) a Nova York, em seu modelo Victoria Phaeton de dois lugares, numa jornada que durou 20 dias.
O que fez os carros elétricos sucumbirem
Em 1912 os elétricos estavam no auge da produção quando Charles Kettering, que no futuro seria o diretor de pesquisa da GM, inventou o motor de arranque para os carros a combustão. Isso aposentou a famosa, incômoda e suja manivela, tornando aos poucos os carros a combustão mais interessantes e baratos para o público em geral.
O futuro dos elétricos teve outro baque depois da Primeira guerra Mundial, quando o sistema rodoviário dos Estados Unidos passou por melhorias importantes, gerando o anseio dos motoristas por autonomias cada vez mais longas. Além disso, a petróleo bruto foi descoberto no Texas, esquentando ainda mais o interesse pelos carros a combustão.
O golpe de misericórdia foi a imagem criada no subconsciente do público, como “carro de mulher”. Por esse motivo, todo o trabalho de marketing dos carros a combustão valorizava o especto “másculo” do estilo de condução dos carros a combustão.
Somente 50 anos depois, com a crise do petróleo na década de 70 e todo o movimento climático a partir dos anos 1990 que a chance de um novo recomeço da indústria dos elétricos/híbridos começou a ganhar força. Hoje, com a alta tecnologia que envolve os elétricos, parece que aquele grande vilão a combustão dos anos 20 vai sucumbir. Parece que o jogo virou, não é mesmo?
Nesse post, falamos sobre o lado ruim dos elétricos que ninguém te conta
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